O Secretário de Estado da Economia Digital apelou a uma cooperação regional e global entre os governos para superar os desafios de financiamento e parcerias necessárias ao cumprimento dos compromissos climáticos.

No seu discurso de abertura do Workshop Regional sobre o Artigo 6.º e a Fixação de Preços do Carbono para África Ocidental e Central, que reuniu governos, representantes do setor privado e agências internacionais de desenvolvimento na cidade da Praia, Pedro Lopes afirmou que Cabo Verde tem a ambição de reforçar a sua resiliência, mas também a responsabilidade de encontrar mecanismos e formas de financiamento para atingir cerca de 50% de energias renováveis até 2030 e 100% até 2040.

Entretanto, referiu que há o desafio do financiamento e de uma abordagem regional. Assim sendo, destacou a relevância deste evento para discutir, ao longo destes dias, abordagens em conjunto para enfrentar este desafio global.

O Governante afirmou que os gases de efeito de estufa tiveram o maior impacto e a maior concentração no mundo inteiro em 2023, exortando a uma ação imediata.

Nos últimos anos, segundo Pedro Lopes, registou-se um aumento significativo na adoção de mecanismos de fixação de preços do carbono em todo o mundo.

“O Artigo 6.º do Acordo de Paris emerge como uma ferramenta essencial para que os países possam alcançar as suas Contribuições Nacionalmente Determinadas, ou NDCs. O Artigo 6.º não só reforça esta dinâmica, mas também oferece um quadro para a cooperação internacional nos mercados de carbono. Além disso, permite que os países partilhem resultados de mitigação, criando flexibilidade na forma como cumprimos os nossos compromissos climáticos”, afirmou.

Esta flexibilidade, explicou Pedro Lopes, é particularmente crucial para muitos países em emergentes que estão a integrar estes mecanismos nas suas estratégias climáticas, desbloqueando novas oportunidades de financiamento e parcerias.

Cabo Verde tem dado passos seguros em relação aos compromissos climáticos, mantendo-se comprometido com a agenda global, assegurou o Secretário de Estado, referindo que acreditam que a fixação dos preços de carbono e os mecanismos do Artigo 6.º são fundamentais não apenas para enfrentar as mudanças climáticas, mas também para promover um desenvolvimento económico sustentável.

“Este workshop é uma oportunidade única para aprofundarmos a nossa compreensão dos aspetos operacionais e dos requisitos do Artigo 6.º, bem como para promover diálogos regionais sobre estratégias eficazes de fixação de preços de carbono”, frisou Pedro Lopes.

O workshop regional sobre o Artigo 6.º e Mercados de Carbono que decorre até o dia 31, foi realizado pelo Governo e pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (UNFCCC), em parceria com a Aliança da África Ocidental sobre Mercados de Carbono e Financiamento Climático.