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Visão de desenvolvimento da rede e infraestruturas de comunicações de Cabo Verde e seu alinhamento com a estratégia do país para o setor - Asset Display Page

Visão de desenvolvimento da rede e infraestruturas de comunicações de Cabo Verde e seu alinhamento com a estratégia do país para o setor

Informações,Nota Informativa Publicado em: 28-07-2020 18:15

A interrupção dos serviços de telecomunicações, de cerca de 12 horas, que afetou todo o território nacional, na sequência de um incêndio nas instalações da CV Telecom, no último dia 11 de julho, levantou alertas sobre temas estruturantes respeitante às comunicações em Cabo Verde.

Este incidente, cuja as causas ainda estão por apurar, colocou em evidencia a necessidade de se promover a elaboração de uma estratégia de abrangência nacional nos domínios da Segurança, soberania tecnológica, backup e continuidade de negócio, com o envolvimento de todos os players: Operadores; operadoras; o Estado (MAI; DGTED, NOSi; Proteção Civil; Ministérios; e o Regulador. 

Pela complexidade do dossier, é de se salientar que a solução abrangente do problema não passa somente por questões de índole tecnológicas ou endereçamento de eventuais fragilidades estruturais. Mas também, e sobretudo, passa pela definição de um plano sustentável de investimentos, o qual requer uma avaliação e validação por parte do Governo, devido ao impacto que terá sobre a concessão e as tarifas/preços junto dos consumidores.

Dependendo dos níveis de criticidade, as soluções devem passar por medidas tais como: Investimentos em redes e infraestruturas alternativas, ainda que com capacidade inferior, visando garantir de pé as comunicações essenciais, em caso de desastre; Roaming Nacional – Aplicável em casos de perda total ou parcial do subsistema de rede de acesso de uma das operadoras móveis; Recurso a uma solução de comunicações de emergência que faça bypass a rede nacional (p.e. Satélite); e recurso às infraestruturas e redes do Estado, visando securizar algumas componentes das comunicações eletrónicas garantindo continuidade de negócio.

A implementação das medidas acima apresentada, aliada a uma estratégia nacional de segurança das comunicações concertada entre as várias entidades, responde de forma estruturada e consistente às questões de segurança, continuidade de negócio e serviços mínimos em caso de desastres. 

A par da visão estratégica e respetivos projectos em andamento, é inquestionável, perante um episódio de tamanha gravidade, a adoção de medidas imediatas.

O Estado está convicto que a implementação desta visão, aliada a uma estratégia nacional de cibersegurança e de segurança das comunicações concertada entre as várias entidades, responde de forma estruturada e consistente às questões de segurança, continuidade de negócio e serviços mínimos em caso de desastres. 

Os últimos 5 anos têm sido marcados também por fortes investimentos (8,6 milhões de contos) na modernização das infraestruturas de comunicações, designadamente de rede móvel e de rede fixa, visando a transformação digital, a convergência tecnológica e o alinhamento com os requisitos da indústria 4.0. Os investimentos na rede fixa representaram uma forte aposta na infraestrutura de banda larga fixa, base para novas soluções e inovações tecnológicas.

Os investimentos em cabos submarinos internacionais, reforçam a redundância e a capacidade da conectividade internacional do país, lançando os alicerces para a criação do verdadeiro HUB tecnológico, em linha com a política de desenvolvimento do país.

Importa destacar seguintes investimentos estruturantes realizados enquadrados no plano estratégico de transformação e desenvolvimento das infraestruturas do país: As redes de backbone das comunicações nacionais foram alvos de modernização em 2018, adotando soluções tecnológicas caracterizadas por alta fiabilidade, elevada taxa de transferência, modularidade, escalabilidade e resiliência, para satisfazer a demanda de tráfego IP; Investimento do Cabo Submarino Internacional Ellalink. O Cabo terá uma extensão de aproximadamente 6.500 Km e uma capacidade de 30 Tbits/s. Os principais pontos de amarração são Santos, Fortaleza (Brasil) e Sines (Portugal) e terá pontos de amarração em Cabo Verde e Madeira; Investimento no Cabo Submarino “SHARE” que vai ligar Dakar-Praia numa perspetiva de ligar o país a nossa sub-região, criando novos mercados e facilitar a implementação da rede “Amílcar Cabral”; Requalificação da Rede Intra-ilha em Santiago; Expansão massiva da rede de Fibra óptica com aumento de capilaridade nos principais centros de negócio do país nomeadamente nas cidades da Praia, Mindelo, Santa Maria, Espargos e Sal Rei.

Em 2020 temos a considerar em estado de “on going projetcs” que convergem para o eixo estratégico de securização das infraestruturas e continuidade de serviços: Construção da estação de Cabos Submarinos internacionais, dimensionado para 4 sistemas; localizado junto do parque tecnológico, por uma questão estratégica; Construção de novos DataCenter na cidade da Praia e em São Vicente para Backup e situações de recuperação de desastre; Requalificação da rede de transporte Fibra óptica intra-ilhas; Implementação da 2ª fase do projeto Cidade Segura, nas ilhas de Santiago, São Vicente, Sal e Boavista; Modernização do ISP (Internet Service provider); Implementação do 4G a nível nacional tendo concluído o ano de 2019 com uma taxa de cobertura populacional de 79,4%.