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Turismo é “setor estratégico e catalisador” do desenvolvimento de Cabo Verde, afirma Vice-Primeiro-Ministro, Olavo Correia, na Comissão Especializada - Asset Display Page

Turismo é “setor estratégico e catalisador” do desenvolvimento de Cabo Verde, afirma Vice-Primeiro-Ministro, Olavo Correia, na Comissão Especializada

Informações,Economia Publicado em: 21-11-2025 17:38

O Vice-Primeiro-Ministro e Ministro das Finanças, Olavo Correia, afirmou no dia 20 de novembro, na Comissão Especializada, a importância central do turismo para o desenvolvimento económico de Cabo Verde.

Olavo Correia fez esta afirmação em representação do Ministro do Turismo e Transportes, Dr. José Luís Sá Nogueira, no âmbito da audição na 3ª Comissão Especializada de Economia, Ambiente e Ordenamento do Território, para debater na especialidade a Proposta do Orçamento do Estado para 2026 referente ao setor.

“O turismo é um setor estratégico para Cabo Verde, e isso é evidente não apenas pelo peso que representa no PIB e pelo impacto que traz para o emprego, mas também pela promoção da imagem externa do país.” Além disso, referiu que o turismo cria escala para a necessária diversificação da economia cabo-verdiana. “Cabo Verde é um pequeno Estado insular e arquipelágico; olhando para as ilhas, pela sua dimensão populacional, se fosse numa lógica de rentabilidade, nenhuma delas seria viável do ponto de vista da alocação de recursos para investimentos. Por isso, precisamos de mercado, de população, de negócios, e o turismo é a oportunidade que gera essa escala e acelera a dinâmica de desenvolvimento”, acrescentou.

Olavo Correia sublinhou ainda que o setor é catalisador de melhorias estruturais e sociais. “O turismo traz pressão positiva do setor externo, seja da diáspora ou dos mercados emissores, para acelerarmos o desenvolvimento em áreas como saúde, energia, água e serviços. Este é um fator intangível, mas determinante, que nos permite diversificar e expandir a economia, enquanto desenvolvemos simultaneamente a economia digital”, observou.

No sentido de garantir um turismo sustentável e perene, o Vice-Primeiro-Ministro afirmou que o Governo elaborou instrumentos estratégicos para garantir o desenvolvimento sustentável do turismo. “Temos um masterplan do turismo para cada ilha, que identifica o potencial, os desafios e os produtos turísticos a serem desenvolvidos”, mencionou. Além disso, o ministro apresentou o Programa Operacional do Turismo (POT) como um marco disruptivo que abrange todos os setores da economia e estabelece ações concretas para o desenvolvimento sustentável na área.

Sobre o orçamento de 2026, Olavo Correia enfatizou que está destinado a apoiar tanto o turismo quanto a conectividade do país. “Nós temos mais de 2 milhões de contos especificamente para o turismo, e mais de 3 milhões de contos para investirmos em conectividades, tanto direta quanto indiretamente, através do Orçamento do Estado e das empresas públicas que atuam no setor”, explicou.

A importância da conectividade nacional e internacional foi ressaltada pelo Vice-Primeiro-Ministro como um fator-chave para o sucesso do turismo, especialmente para ilhas menores como Maio, Brava e São Nicolau. “Vamos investir aproximadamente 3,2 milhões de contos diretamente, sem contar outros 10 milhões que serão alocados em operações realizadas por essas empresas públicas”, indicou.

Outra prioridade estratégica é a diversificação e desconcentração do turismo, avançou o ministro. “Estamos a investir fortemente em todas as ilhas e municípios, em infraestruturas, qualificação urbana, valorização turística das ilhas rurais, promoção do turismo cultural e da natureza. O Fundo de Turismo tem crescido e, agora com as low-cost, prevê investimentos acima de 12 milhões de contos, beneficiando não apenas o turismo, mas toda a economia e sociedade cabo-verdiana”, afirmou.

O Governo definiu como meta atingir 1,5 milhões de turistas em 2026, afirmou Olavo Correia, considerando que este objetivo é totalmente alcançável. “Estamos atualmente em 1,2 a 1,3 milhões, e as low-cost poderão injetar mais de 300 mil turistas. Este crescimento exige planeamento rigoroso, reforço institucional e melhoria do nível de serviço, para que o aumento do fluxo turístico não prejudique a qualidade do destino”, observou.

Concluindo sua intervenção, o ministro destacou a abrangência do investimento público, afirmando que, ao falar de turismo, não se pode considerar apenas o orçamento do Ministério do Turismo. “Há investimentos em habitação, água, saneamento, energia e infraestruturas que impactam diretamente o setor e que não constam do orçamento do ministério.” Segundo Olavo Correia, é necessária uma visão programática ampla para garantir um turismo de qualidade, diversificado e ao serviço das pessoas, especialmente jovens e mulheres cabo-verdianas, em todas as ilhas, envolvendo também a diáspora e todos os visitantes que procuram Cabo Verde para serem felizes.