O Secretário de Estado das Finanças, Alcindo Mota, garantiu que o “Governo está a acompanhar com muito cuidado a atual tendência de aumento de preços nos alimentos e combustíveis e tomará as medidas que se impuserem em cada momento”.

Mota deu esta garantia após ser questionado por um jornalista da RCV sobre as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) que apontam para um nível de inflação para o país a rondar os 6%.

O Governante mostrou-se preocupado com a situação contemplando “níveis muito elevados” face ao que o Governo tinha anteriormente em perspetiva e enfatizou que o Executivo estava a trabalhar com um cenário à volta dos 2%. Entretanto, afiançou que se está a estudar de perto os impactos dessa tendência de preços.

Ainda questionado sobre o impacto da guerra no Leste Europeu, o governante sublinhou que a tendência de aumento de preços já se fazia sentir com alguma expressividade, e conheceu mais recentemente, um maior agravamento em toda a cadeia logística de suprimento.

No entanto, garantiu, que são matérias que o Governo tem vindo a acompanhar com muito cuidado. E deu o exemplo do anúncio do pacote de medidas para a mitigação do impacto.

De frisar que o Governo anunciou recente a implementação de um conjunto de medidas de mitigação e de proteção para estabilizar preços de combustíveis, do trigo, milho, arroz, óleos alimentares e leite em pó; redução do IVA sobre eletricidade de 15 para 8%; majoração às empresas, em 30% de custos com aquisição de água e eletricidade e; aumento de desconto na tarifa social de água e eletricidade de 30 para 50% para as famílias mais pobres.

Ainda do leque de medidas anunciadas pelo Primeiro-ministro constam: o reforço da capacidade de armazenamento de cereais a granel; extensão do período de oferta refeições nas cantinas escolares; aumento da bonificação de alimento para animais de produção alimentar; reforço das ações de fiscalização para evitar a açambarcamento de produtos de primeira necessidade e a especulação de preços; incentivos aos importadores de produtos alimentares na realização de compras agrupadas; mobilização de ajuda alimentar junto de países parceiros; aumento do número de beneficiários do Rendimento Social de Inclusão das famílias em situação de pobreza extrema e pobreza absoluta; dinamização das linhas de crédito à agricultura e à pesca semi-industrial com juros favoráveis, carência e garantias; retoma das obras de infraestruturas que estavam suspensas devido aos efeitos da crise pandémica, dinamizando a construção civil e o seu impacto no emprego de população de baixa renda.

O Secretário de Estado das Finanças, Alcindo Mota, fez estas declarações à margem da sua participação numa tertúlia destinada aos alunos da Universidade do Mindelo, em que levou as linhas mestras e os princípios do Orçamento do Estado de 2022.