O Governo quer transformar Cabo Verde numa Nação Digital, pelo que almeja atingir até 2030 cerca de 80 por cento (%) de serviços públicos digitais, afirmou o Vice-Primeiro Ministro e Ministro das Finanças.

Essa meta foi indicada por Olavo Correia, nesta segunda-feira, dia 14, no ato de apresentação do orçamento sectorial com o tema "Nação Digital, Ação Climática e Ambiental", promovida pelo Ministério das Finanças e do Fomento Empresarial, Ministério da Indústria, Comércio e Energia e o Ministério da Agricultura e Ambiente, no âmbito da realização do Ciclo de Conferências sobre o Orçamento de Estado para o ano 2025.

Durante a sua intervenção, Olavo Correia afirmou que Cabo Verde precisa duplicar o seu potencial de crescimento dos atuais 5% para dois dígitos. Para atingir esta meta, o país precisa, segundo o Governante, apostar no capital humano, conectividades e mobilidades, transição digital, ação climática, diversificação da economia e também o setor privado, para proporcionar oportunidades de emprego aos jovens e mulheres.

“Até 2030 temos que atingir valores acima dos 80% em termos de serviços públicos digitais e 100% de serviços públicos críticos a serem prestados de forma remota. Depois temos uma economia cashless. Uma economia cashless é uma economia ancorada, digital, que não precisa de notas e moedas para garantir as transações económicas. E temos a informação para nós anteciparmos e para nós desenharmos melhores políticas públicas e temos toda a informação para a cobrança de impostos e depois a gestão económica e financeira. E em terceiro lugar, toda uma economia de base digital é ancorada no nosso Tech Park para podermos ter um tecido económico constituído por micro, pequenas e medias empresas, para apoiar não só na governança digital, na economia digital, mas também produzir serviços e bens a partir de Cabo Verde e exportá-los para o continente africano e para o mundo inteiro, criando empregos qualificados e bem remunerados para os nossos jovens” sublinhou o Vice-Primeiro Ministro.

O Governante destacou, por outro lado, as mais-valias da ação climática na perspetiva da transição energética, mobilidade elétrica e economia circular e descarbonizada até 2050.

“Por isso a nossa meta é atingir em 2026 30% de produção de renováveis, em 2030 50% de produção de renováveis e em 2040/2050 mais de 80% de produção de energias renováveis, para termos uma energia mais limpa, uma energia mais barata e uma energia menos dependente de fontes externas” referiu o Ministro das Finanças.

Uma boa governação e o sentido de escala são também fundamentais, avançou Olavo Correia, frisando sobre a transição energética.

“Precisamos de uma energia mais barata para termos uma água mais barata, para a rega e para o consumo humano e depois temos uma economia circular para podermos ter daqui 2050 uma economia descarbonizada, ancorada na transição energética, na economia na mobilidade elétrica, mas também numa economia circular para que possamos dar um exemplo ao mundo enquanto Cabo Verde como uma economia sustentável” afirmou o Vice-Primeiro Ministro e Ministro das Finanças.

A conferência contou com a participação de outros membros do Governo e serviu para destacar as principais políticas e investimentos previstos, com ênfase na transição digital e no compromisso do país com a sustentabilidade ambiental e climática.