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“Nós temos de investir na ação climática” – Vice-Primeiro-Ministro e Ministro das Finanças, Olavo Correia. - Asset Display Page

“Nós temos de investir na ação climática” – Vice-Primeiro-Ministro e Ministro das Finanças, Olavo Correia.

Informações,Economia Publicado em: 24-10-2025 16:11

Cabo Verde é um pequeno Estado insular e arquipelágico, sujeito a choques climáticos e a eventos extremos cada vez mais frequentes, um país altamente vulnerável, afirmou o Vice-Primeiro-Ministro e Ministro das Finanças.

“Nós temos de investir na ação climática.” Essa foi a principal mensagem de Olavo Correia durante o Encontro com os Parceiros sobre as Respostas aos Impactos da Tempestade Erin, que decorreu, na ilha de São Vicente, no dia 22 de outubro, onde apresentou os impactos macroeconómicos das medidas adotadas para fazer face aos choques externos provocados por fenómenos naturais extremos, bem como a necessidade de aumentar a resiliência face às limitações dos recursos internos e à urgência de compromissos globais.

O Ministro das Finanças considerou que o quadro macroeconómico de Cabo Verde, construído com muito esforço ao longo dos últimos 10 anos, é estável. No entanto, referiu que é preciso incorporar a ação climática nesse quadro macroeconómico.

“O trabalho que temos desenvolvido nos últimos anos demonstra que, independentemente do caso de São Vicente, precisamos investir cerca de 2 mil milhões de euros até 2030 no nosso Plano de Contribuição Nacional Determinada. Temos ainda de investir 30,6 milhões de euros até 2030 no Plano Nacional de Adaptação e 3,1 mil milhões de euros na Estratégia de Descarbonização, de forma a alcançarmos uma economia descarbonizada até 2050”, afirmou.

Isso perfaz, segundo Olavo Correia, um valor total de 5,13 mil milhões de euros até 2050, o que equivale a investir, em média, cerca de 200 milhões de euros por ano até 2050.

“A proposta que sempre apresentámos, sendo o clima um bem público global, é que Cabo Verde se compromete a investir 50%, ou seja, 100 milhões de euros, e solicita aos parceiros internacionais o contributo dos restantes 50%, também 100 milhões de euros, para totalizar os 200 milhões anuais necessários”, afirmou o Vice-Primeiro-Ministro, justificando que, se não investirmos preventivamente, seremos obrigados a investir corretivamente, sendo muito mais económico investir na prevenção do que remediar depois que os efeitos se fizerem sentir.

Investir no clima em Cabo Verde é investir no mundo inteiro, considerou o Ministro das Finanças, acrescentando que, por isso, se pede a parceria dos parceiros de Cabo Verde, por forma que se possa intervir sem comprometer o equilíbrio macroeconómico, equilíbrios que são indispensáveis para a construção de um futuro melhor para todos.

O Encontro com os Parceiros sobre as Respostas aos Impactos da Tempestade Erin foi presidido pelo Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, e reuniu representantes do Governo, autoridades locais, organizações internacionais, parceiros de desenvolvimento e instituições da sociedade civil, com o objetivo de avaliar as ações de resposta e recuperação e reforçar o compromisso coletivo na reconstrução das infraestruturas e na proteção das famílias e empresas afetadas.